“Pá de cal na Reforma Agrária” é
o objetivo título que Zander Navarro deu ao seu artigo publicado no jornal O
Estado de São Paulo, em 21 deste mês. Meus cumprimentos por ter a coragem de
reconhecer esta verdade tão rombuda, ao mesmo tempo tão escamoteada pela mídia
esquerdista.
São palavras suas: “Por tudo
isso, a reforma
agrária brasileira concluiu o seu ciclo de vida. Do ponto
de vista econômico e produtivo, seu
fracasso é assombroso, pois a área total dos assentamentos é maior do que a área plantada de todos
os cultivos nos demais estabelecimentos rurais. Mas, com surpresa, nada
sabemos especificamente sobre a produção dos assentamentos, enquanto a
agricultura brasileira se tornou uma das mais eficientes do mundo. É um
confronto estatístico que desmoraliza qualquer defesa de tal política.
Persistir em sua continuidade, portanto, beira a completa insanidade.” (os destaques são meus).
Faltou lembrar
que o incansável combatente dessa funesta política agro reformista foi Plinio
Corrêa de Oliveira, denunciando, esclarecendo e prevendo o fracasso que adviria
pelo seu caráter comunista, igualitário, contrário ao direito de propriedade e
à livre iniciativa. O best seller de sua autoria, “Reforma Agrária Questão de
Consciência”, conjuntamente com dois bispos fiéis à autêntica Doutrina Social
da Igreja (naquele tempo ainda os havia em número expressivo) e um economista
sensato, foi o primeiro “petardo” contra essa política insana. Como Dr. Plinio
acertou...
Afirmo que o único fruto real
da RA, que está na profunda intenção do petismo mais do que o êxito
produtivista dos assentados, foi atingido. Uma imensidão de terras passou da
propriedade de particulares para a propriedade da União. Isso é certo.
Agora chegou a vez do PT tocar
a Reforma Urbana, irmã da RA, nascida dos mesmos pais desta.
Quem anda
por São Paulo constata que está montado um cenário teatral que é um “prato
cheio” para a Reforma Urbana. A comédia petista se repete, segundo os mesmos
princípios da RA. Primeiramente gente de nível bem acima de mendigos se tornam
“moradores de rua”. Vindos dos mais diferentes lugares, se espalham em barracas
de camping (nova moda), sob viadutos e marquises, engordam a sensação de
miséria e desigualdade. Logo se articulam e pesquisam que prédios vazios invadir.
Feita a invasão de um prédio vazio (este equivale à propriedade improdutiva no
caso da RA), nasce o caso judicial, policial etc.
Simplificando:
conversa vai, conversa vem, notícias na mídia - normalmente contra os
proprietários -, o mais provável é que os invasores acabem ganhando a causa e
fiquem usando o imóvel. Como na RA, esperam o título de propriedade que nunca
virá. O cerco aos proprietários se fecha ainda mais com o aumento do IPTU.
A coisa se
arrasta, o local vira um cortiço, a briga jurídica se eterniza. Simplificando,
o invasor não terá uma moradia digna, o proprietário perderá sua propriedade e,
o mais certo de tudo, o poder público será o real dono do imóvel.
Tão
artificial é a Reforma Urbana, que, como a Reforma Agrária, semeará favelas,
multiplicará a pobreza. A obstinação petista fará de tudo para transformar São
Paulo numa miríade de “assentamentos urbanos”, senão numa Havana; plano que, cedo
ou tarde, em razão dos “princípios mortais” do comunopetismo, receberá ele
também, espero que em dia não tão distante, a sua pá de cal.
Quem é o autor deste artigo?
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